terça-feira, 29 de junho de 2010

Financiamento é melhor opção do que consórcio para a compra de imóvel

Quero comprar um imóvel e tenho R$ 20 mil na poupança. Minha dúvida é sobre se vale mais a pena entrar em um consórcio e dar os R$ 20 mil de lance em algum momento, ou fazer um financiamento. Também gostaria de recomendações sobre qual consórcio ou qual financiamento devo escolher.

O consórcio somente é bom para aqueles que são sorteados logo no início do grupo. No caso do consórcio imobiliário corre-se o risco de, com a demora em ser sorteado e com a atual valorização dos imóveis, quando o participante colocar a mão em sua carta de crédito, não ser possível comprar o imóvel que havia sido escolhido quando o consórcio foi contratado. Consórcio não é um tipo de financiamento. Trata-se de um grupo que se reúne para comprar coletivamente um bem e o administrador cobra pelos serviços prestados ao grupo. Não vejo qual a lógica de pagar para alguém administrar a sua própria poupança. Sai mais barato você juntar o dinheiro e comprar o bem, caso você possa esperar por ele. Caso contrário, é melhor poupar o máximo possível, escolher um imóvel mais compatível com o seu bolso e comparar todas as ofertas de financiamento oferecidas. As melhores opções de financiamento são para imóveis mais baratos e que você possa lançar mão do FGTS.

Ouvi dizer que não é bom ter conta em dois bancos por causa das taxas. O sr. concorda com isso?

Sim. As tarifas são motivo de restrição à manutenção de mais de uma conta em bancos. Responda a si mesmo se você precisa ter conta em mais de um banco. Muitas pessoas, pelo fato de não manterem seus orçamentos organizados e em dia, acabam não verificando quanto pesam nos gastos as tarifas bancárias. Sugiro que os leitores façam um teste e verifiquem os gastos com o seu banco. Quanto de tarifas está sendo cobrado em sua conta? Verifique o custo de seu pacote de serviços e se não há alternativas melhores. Outra dica é consultar o site do Banco Central para comparar o que você paga em relação à concorrência. Numa simples consulta sobre cobrança de pacotes você vai verificar que os valores vão da isenção até o máximo de R$ 500.

Acompanho as carteiras recomendadas de várias corretoras. É muito raro encontrar alguma que não tenha a Petrobrás ou a Vale. Hoje, eu não tenho papéis de nenhuma das duas empresas. O sr. acha que eu devo adquiri-los? Por quê?

As carteiras recomendadas são sempre bem diversificadas e muitas delas têm o perfil de gestão passiva, ou seja, a estratégia de longo prazo, em que o administrador compra e mantém (buy-and-hold). Busca-se obter boa rentabilidade a despeito da volatilidade do mercado. Vale e Petrobrás são consideradas ações importantes para compor as carteiras, permitir a sua diversificação. São ditas "ações de primeira linha", conhecidas no mercado como "blue-chips". Essas ações são as mais líquidas da bolsa brasileira, com muitas negociações diárias e grandes volumes. São empresas de grande porte, apresentando boa situação econômico-financeira e com lucratividade no longo prazo. Assim, a recomendação de compra depende muito da estratégia proposta para sua carteira. Caso tenha como objetivo acompanhar o desempenho de um índice, como o Ibovespa, compre a Vale e a Petrobrás. Caso contrário, não é fundamental. Carteiras de sucesso e voltadas para Investimentos de Valor (Value Investing) usualmente não têm essas duas ações.

Nós, aposentados, passaremos a ganhar um pouco mais em agosto. Hoje, aplico na poupança, mas, com a renda um pouco maior, gostaria de saber se é possível ter um investimento um pouco mais rentável.

Devo dar parabéns ao nosso leitor, pois, obtendo o aumento da renda, pensou imediatamente em expandir os seus investimentos, não fez como muitos, que já iriam para o consumo. A caderneta de poupança é uma boa opção para investidores que não gostam de risco e precisam manter a disponibilidade de seus investimentos. Há alternativas que trazem uma expectativa maior de retorno, mas sempre acompanhadas de acréscimo no risco do investimento. No caso de pessoas aposentadas, a preocupação é com o reforço da renda e a manutenção de reservas. Assim, não é recomendável que apliquem em opções de alto grau de risco. Mas sempre há espaço para investir em oportunidades que remunerem melhor e com risco moderado. Temos como exemplo Tesouro Direto, fundos DI, fundos de renda fixa. No entanto, devemos ficar atentos às taxas de administração e IR, pois, no caso de taxas altas, o ganho líquido pode ser inferior ao da própria caderneta de poupança.

FONTE: Estadão.com.br/Economia

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